quinta-feira, 7 de abril de 2011

Que mundo é esse?







Eu iria fazer um post sobre esse triste acontecimento aqui em meu bairro. Mas acho que essa reportagem diz muito e por isso vou coloca-lá aqui: 










"Rio, 07 de Abril de 2011

By Pablo Villaça
Um homem entra numa escola e dispara contra crianças. Mata ao menos 12 delas, fere outras 22 pessoas e, acuado pela polícia, tira a própria vida.
E ficamos todos em choque, buscando explicações. Mas não há explicações. Não há lógica. Não há razão que possa conferir sentido a algo assim. Como humanos que somos, ficamos desnorteados, confusos, desesperados por uma justificativa que nos acalme, que nos certifique de que somente algo absolutamente aleatório e absurdo poderia acontecer assim.
Algo que nos faça dormir à noite pensando que não, isto não voltará a acontecer. Foi um caso isolado, uma aberração. O sujeito era louco, "estranho", estava influenciado por pensamentos religiosos fundamentalistas, era HIV positivo, ex-aluno da escola que atacou e possivelmente cultivava rancores com relação à instituição. Certamente uma conjunção de fatores como estes só ocorre uma vez. Respiremos aliviados.
Mas não podemos fazer isso, podemos? Porque não se trata de um caso isolado de fato. Atos aparentemente aleatórios de violência ocorrem todos os dias, em escalas maiores ou menores de brutalidade, movidos ou não por religião, política, futebol, sexo, dinheiro ou pela previsão do tempo. Somos uma matilha de sete bilhões de indivíduos - número mais do que suficiente para abrigar todo tipo de personalidade, das mais admiráveis às puramente sociopatas.
Não há razão para o que ocorreu. Há apenas doze crianças mortas, doze famílias destruídas e outras tantas que jamais se recuperarão completamente do que viveram hoje.
E há também as dezenas, centenas, milhares de pessoas que, vivendo no Rio ou a fronteiras de distância, buscam ajudar através de mensagens de apoio, de retuítes de informações sobre doações de sangue ou mesmo carregando as crianças ensanguentadas em direção ao hospital.
Somos uma raça estranha, mas de natureza essencialmente bondosa. Acredito nisso. Se não acreditasse, não teria tido filhos. Tragédias como a de hoje nos fazem desesperançosos e estimulam a hipérbole pessimista, mas o impiedoso assassino que nos devastou hoje não pode - e não merece - ter o poder de se estabelecer como retrato da espécie humana. Em vez disso, concentremo-nos na ação dos que buscam confortar e auxiliar aqueles que ele atingiu em corpo ou espírito (e falo aqui simbolicamente) e lamentemos e honremos as doze jovens vidas que ele tirou e que representam uma perda irreparável.
Estas crianças merecem ser lembradas pelo que foram e pelo que prometiam ser, não pelo indivíduo que as impediu que fossem."

Beijos, 
Fiquem com Deus. 
Paz a todos os corações que neste momento estão de luto. :'( 

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